Barco Cisne Branco precisa de um porto seguro

A dispensa do Barco Cisne Branco do Cais do Porto da Capital gaúcha vem sendo tramada há mais de 10 anos, embora aquele equipamento turístico seja o único, na sua especialidade, que atua de forma a qualificar o turismo e lazer em Porto Alegre. Em abril de 2012 a empresa Orgatur, já havia recebido manifestação da Superintendência de Portos e Hidrovias mandando que o barco retirasse o barco do local. Agora, neste começo de 2014, mais uma vez, termina o prazo, sem que as autoridades tenham aberto um novo canal de navegação, levando até uma área onde o barco possa atracar, visto que o calado do mesmo não permite atracar no orla da Usina do Gasômetro, onde barcos menores – também importantes para o turismo – podem receber seus passageiros e abastecer a embarcação.
Naquela ocasião, o jornal Correio do Povo de Porto Alegre fez uma matéria, publicada no dia 28 de abril, ouvindo as partes interessadas e realmente, pelas falas dos entrevistados, (entre os quais o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati e os arquitetos Edemar Tutikian e Jaime Lerner ) não houve demonstração de que houvesse alguma sensibilidade quanto a importância do tema tratado. Só se falava no super projeto – o mesmo que ainda está encalhado, conforme o Correio do Povo de quarta-feira, dia 15 de janeiro de 2014, em matéria assinada pelo jornalista Luiz Sérgio Dibe –  sem uma única fala em favor das atividades já existentes e até afins  da área. Veja-se que a capital do Pará, a cidade de Belém, revitalizou a sua área de cais e a preferência foi para todos os serviços que ali haviam: área de embarque para transporte normal de passageiros, para turistas e para a estiva. Mas esse exemplo nunca é citado pelos que têm sonhos mirabolantes. Estes preferem citar  regiões mais “civilizadas”.
Na condição de pessoa que acompanhou as tratativas para a oferta de um passeio de qualidade e com segurança pelo Guaíba, que acompanhou a construção do primeiro Cisne Branco – que mais tarde iria fazer a travessia Rio Grande São José do Norte , na Lagoa dos Patos,  escrevi e repito um comentário feito no  Correio do Povo, junto com a matéria sobre o risco do Cisne Branco ser tolhido em sua atividade principal que é de ofertar lazer aos visitantes e aos moradores da cidade, sobre as águas do estuário,
 
cisne branco

Cisne Branco na época da inauguração

Artigo publicado em 28 de abril de 2012 no CP
 
Muita água e pouca visibilidade
Porto Alegre tinha muita água, mas poucos podiam desfrutar disso, a não ser os sócios de clubes náuticos ou pescadores. O nascimento do Cisne Branco foi a oportunidade de os porto-alegrenses e turistas poderem desfrutar das águas do Guaíba, em vez de apenas contemplá-las. A empresa de turismo Orgatur foi a responsável por viabilizar a iniciativa, com apoio do Serviço Municipal de Turismo, que viraria depois Epatur e atualmente é Secretaria Municipal de Turismo. Houve duas inaugurações do barco, que começou a ser construído em 1976. A primeira foi a viagem Porto Alegre – Rio Pardo, em que o então secretário estadual de Turismo, Mário Bernardino Ramos, participou e aprovou. A outra, num dia cálido de março de 1978, teve a bordo a música de Plauto Cruz. O Cisne Branco, por seus idealizadores Gabriel e Alfonso Hildig, venceu muitas guerrilhas e etapas. Graças a eles, a empresa então localizada na esquina da General Câmara com Andrade Neves, conseguiu “vender” a Capital a turistas que queriam conhecer o Guaíba. Agora, perdem para uma Parceria Público-Privada, liderada por espanhóis. 

 

admin

Jornalista profissional, trabalhou nos principais jornais de Porto Alegre e Rio Grande do Sul. Prestou assessoria às entidades ABAV, Sindetur, Sindicato de Hotéis no RS e à Confederação das Organizações de Turismo da América Latina (Cotal). Atualmente atua com assessoria de imprensa na Assembleia Legislativa.

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