Fortaleza de Santa Catarina guardou a capital João Pessoa, na Paraíba

A Fortaleza de Santa Catarina.

Forte de Santa Catarina

Portal de entrada

Erguida pelos portugueses em 1586, em taipa, a Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo, nasceu com a finalidade de proteger a então Cidade Real de Nossa Senhora das Neves – a atual João Pessoa, que fora construída um ano antes. Aquela antiga fortificação, depois de muitos embates e reformas, é um dos patrimônios que conta como foi à luta dos portugueses e dos luso brasileiros, para manter o Nordeste em poder de Portugal.

Forte de Santa Catarina

Antigo poço

Distante cerca de 20 quilômetros de João Pessoa, a Fortaleza que nasceu com o nome de Cabedelo, foi fundamental para a manutenção e preservação da cidade. Parte do antigo forte foi destruído durante ataque dos franceses que tiveram apoio dos indígenas, em 1597. Confiantes, os portugueses conseguiram rechaçar dois ataques de holandeses em 1631 e em fevereiro de 1634. Os holandeses, já donos de Recife, retornam em dezembro deste mesmo ano com carga pesada: uma esquadra de 29 navios desembarca 2354 homens que sitiam a fortaleza e a tomam. Passou a chamar-se Margarida, pois a irmã do maior conquistador holandês no Brasil, Maurício de Nassau, tinha esse nome.

Forte de Santa Catarina

Passarelas tem artesões vendendo produtos

O mais, para conhecer a história do forte onde teria sido realizado o primeiro culto protestante em terras nordestinas, só indo visitar a Fortaleza de Santa Catarina que foi retomada em 1654, já com reformas e o modelo atual. O certo é que esse forte, cujas paredes em alguns pontos chegam a 10 metros de largura, ao longo da sua história protegeu a Cidade Real de Nossa Senhora das Neves, Filipéia de Nossa Senhora das Neves, Frederikstad e Parayba. Todos esses nomes para a simpática capital da Paraíba, a histórica João Pessoa.

Forte de Santa Catarina

Canhões e porto ao fundo

Forte de Santa Catarina

Canhões e mar ao fundo

A cidade, que seria a capital, não nasceu junto ao mar, ao contrário das demais capitais nordestinas, mas junto a um dos afluentes do rio Paraíba. O certo é que essa linda cidade, com uma área central dotada de prédios que datam dos séculos XVI e XVI e XVIII tinha muitos pretendentes. As primeiras lutas foram por parte dos Potiguares, donos de toda aquela extensão até a cidade de Natal, no RN. Contudo, os portugueses ergueram a primeira povoação em 1585 e em seguida o governador geral de Pernambuco, que administrava toda a área, decidiu que a região precisava ser guarnecida.

Forte de Santa Catarina

Área interna do forte

Forte de Santa Catarina

Túneis de acesso

Espanhóis, franceses e holandeses buscavam um pedaço daquele paraíso para seu reino. A Fortaleza, desde a primeira versão, foi erguida numa área de terra elevada à margem direita do Rio Paraíba do Norte, no ponto em que este importante rio desemboca suas águas no Oceano Atlântico. Dali, até nos dias atuais, a visão é perfeita, tanto do rio quando do oceano.

Forte de Santa Catarina

Visitantes percorrem a área do Forte

A Fortaleza, considerada o maior e mais importante patrimônio histórico-militar da Paraíba, é um conjunto arquitetônico com 20 compartimentos. “A capela dedicada à Santa Catarina de Alexandria, a casa da pólvora, a casa do capitão-mor, duas prisões, oito alojamentos de soldados, quatro alojamentos de oficiais, além de um paiol, um poço de água doce e dois túneis, além de ser toda cercada por paredões gigantescos adornados com canhões que foram utilizados por impávidos guerreiros”, informa o site de Turismo da Paraíba. O complexo é tombado, e a Associação Artístico-Cultural de Cabedelo criou a Fundação Fortaleza Santa Tereza, como forma de apoiar a sua restauração e mantê-la aberta. Nas diversas salas são realizadas exposições de artes, lançamentos de livros e apresentações de peças teatrais. Ali mesmo os artistas trabalham, falando sobre suas pinturas, escrevendo seus livros, teses, a maioria dessas ligadas a história do forte ou da Paraíba.

Forte de Santa Catarina

Ateliê oferece diversos quadros e obras.

Artesãs locais também vendem seus trabalhos dentro do Fortaleza, tais como brincos e colares de conchas, penas, pedras, contas, sementes de árvores da região. Uma das salas, é dedicada ao futuro: crianças da comunidade, em especial as sem muitos recursos, recebem orientação sobre o meio ambiente e história. Podem realizar cursos. Embora atenda a demanda da comunidade, todas as escolas marcam sua hora para levar a gurizada na Fortaleza, como forma de saber o que foi o passado.

Forte de Santa Catarina

Canhão em carrinho móvel

Uma visita a Fortaleza, conversar com pesquisadores, artistas, escritores e pessoas que cuidam do local, é uma forma de entender um pouco mais da história do Brasil. Dom Pedro II, que foi um homem voltado à ciência, mas que não pode deixar de cumprir seu papel como imperador, visitou o Forte em 1859.

Forte de Santa Catarina

Canhões ainda guardam a entrada

Ali, indiscutivelmente, tem muita história, lendas e crendices populares. Muitos moradores do local dizem ver fantasmas, como a chamada “mulher de branco”. Esta lenda se materializou num quadro que fica exposto na escadaria que leva a sala de teatro. Bem numa curva da escada, ela aparece assombrando ou, quem sabe, tentando o Capitão-Mor.

Forte de Santa Catarina

Pintura da mulher fantasma

O quadro é lindo! Da mesma forma que o mural que fala das conquistas, na entrada desta sala.

Forte de Santa Catarina

Pensamento registrado nos azulejos da parede

As praias são muitas, cerca de dez, cada qual mais espetacular que outra e começam na divisa com João Pessoa e vão adiante. Até mesmo uma praia submersa, que só aparece na maré baixa, tem em Cabedelo. É a praia de Areia Vermelha ou Ilha, uma local mágico para nadar, mergulhar e – se tiver a pele muita branca, e não abusar de roupa para proteção, além de protetor – se torrar. A ida nesta praia/ilha é de barco. É excelente passeio.

Jurandy do Sax

Na chegada ao cais, após executar o bolero de Ravel.

Algumas atrações merecem destaque porque são especiais e já famosas. O Pôr de Sol na Praia do Jacaré, é uma das atrações imperdíveis e que leva o ser humano à pura emoção. O responsável por esse atrativo é o músico Jurandy do Sax que criou um espetáculo único para todos os dias quando o sol se põe: de pé, sobre um pequeno barco, ele executa o Bolero de Ravel todas às 17h, quando o sol começa a desmaiar nas águas do rio Paraíba.

Jurandy do Sax

Feira na praia do Jacaré

Da orla, onde fica uma das feiras de artesanato mais completa da Paraíba, o público assiste. Esse espetáculo começa em torno de 17h. Na sequência, às 18h, o músico entoa a Ave Maria, indicando o anoitecer na Paraíba.

Jurandy do Sax

Jurandy do Sax no anoitecer

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