Campina Grande: a cidade do algodão colorido brasileiro.
Distante apenas 120 quilômetros da capital João Pessoa, Campina Grande, segunda maior cidade da Paraíba tem 400 mil habitantes que se orgulham do seu pioneirismo em muitas áreas. Um polo de excelência na produção de softwares, a cidade também fabrica aviões, entre outros produtos que a tornam referência industrial. Tanto que a Alpargatas, maior fábrica de calçados do Brasil, e a Coteminas, maior indústria de tecelagem do Brasil, estão em Campina Grande. Um dos destaques que teve a participação da Embrapa, foi o cultivo e desenvolvimento de algodão colorido 100%, fator que contribuiu para a indústria do vestuário e sobretudo para a criação de artesanato de qualidade, com o surgimento de grifes que elaboraram camisetas e outras peças do vestuário de excelente qualidade e padrões de beleza.
Aliás, conforme informações da Federação das Indústrias da Paraíba, cuja sede é em Campina Grande, o algodão sempre fez parte da história da cidade. No início do século XX, o comércio do produto foi responsável pelo seu crescimento ao atrair pessoas de todo o Nordeste. Até 1940, Campina Grande era a segunda maior exportadora de algodão do mundo, atrás somente de Liverpool, na Inglaterra. De lá pra cá, a economia e as características do comércio de algodão mudaram, mas a cidade manteve-se na vanguarda ao desenvolver em parceria com a Embrapa um produto ecologicamente correto: o algodão colorido orgânico. Produzido organicamente nos tons marrom, verde, rubi e branco tradicional, o algodão colorido conquistou o mercado nacional e internacional e ganhou o selo de indicação geográfica, o que garante a procedência do produto e a qualidade com que ele é produzido. Para se ter uma ideia melhor dessa cultura tradicional, vale uma visita ao Museu da História e Tecnologia do Algodão. Essas informações foram transmitidas aos jornalistas presentes no 31º Congresso de Jornalistas de Turismo, sediado em João Pessoa, entre os dias 15 a 18 de maio de 2014. O encerramento foi a visita à cidade de Campina Grande, que está divulgando no momento o Maior São João do Mundo.
Campina Grande fica na serra da Borborema, uma região de grande beleza, com acidentes geográficos de formação magnífica, oferecendo, além do turismo de lazer, como é o caso do Maior São João do Mundo, o cultural, com museus, monumentos que falam de cultura regional e nacional, além do turismo rural, arqueológico e de negócios. Como uma cidade industrial, de serviços e universitária, atrai eventos variados que ocorrem na sua boa rede hoteleira. Na área central, a estátua dos desbravadores – o índio, o tropeiro, e a cotadora de algodão – dão as boas vindas aos que chegam.
No outro lado, próximo ao Museu de Arte Popular da Paraíba, um prédio concebido pelo arquiteto Oscar Niemeyer, chamado de Museu dos três Pandeiros, estão Luiz Gonzaga com sua sanfona e Jackson do Pandeiro, ambos em bronze, numa escultura chamada de “A Farra de Bodega”, já que os dois tomam sua “caninha”, num bate papo informal. Esses monumentos e o Museu estão à margem no Açude Velho, com águas límpidas, que já abasteceu a cidade. Hoje tem o Açude Novo.
Mas se o visitante quiser conhecer mais do forró, do São João, precisa visitar o Memorial do Maior São João do Mundo. Criação de uma sonhadora, amante dos festejos, professora, pesquisadora que começou a reunir dados dispersos: notícias de jornais, gravações de programas, de novas e velhas músicas, de velhos e novos artistas e quando viu não tinha mais onde guardar. Foi quando então Cléa Cordeiro, a idealizadora, recebeu o apoio do município, do Sebrae e de empresas como ArteExpress Gráfica, Facisa, Inel Comércio de Materiais Eletrônicos , Incopost Indústria de Pré-moldados Ltda., entre outros, e abriu o Memorial. Funciona na rua Tiradentes,165, no centro, bem próximo do local onde acontece o maior São João do Mundo.
A visita apresenta uma visão de como tudo começou, os primeiros palcos, várias peças com vestuários, chapéus e tantos adereços que deslumbram. Claro que ali o visitante pode fazer uma fezinha e tirar uma foto posada devidamente caracterizado de caipira. No período Junino, o Memorial funciona das 15h às 22h. Informações pelo [email protected]
Além desse patrimônio, Campina Grande tem Trem do Forró, que sai de Campina Grande com destino ao Distrito de Galante. Durante o percurso, que dura cerca de uma hora e meia, os vagões são animados por trios de forró e dançarinos vestidos a caráter. O trem tem boa infraestrutura, com bares, equipes de apoio e segurança. O destino final é um espaço de lazer com barracas típicas, palhoças de forró e diversos atrativos juninos. É só animação.
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