Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul e suas atrações

 

Usina do Gasômetro, vista desde o Rio Guaíba

Usina do Gasômetro, vista desde o Rio Guaíba

 

Banhada pelo rio Guaíba, Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul é uma cidade que guarda atrativos desde a sua entrada. Conta com uma posição geográfica privilegiada, tendo as águas do Guaíba como moldura, de um lado, e morros em outro. Na área central da cidade o visitante já aprende muito sobre a história de Porto Alegre. Os prédios antigos, abrigando centros de cultura, museus e prédios que falam do seu passado, de como foi sua atuação política, e como é agora, servem como modelo. Na Praça da Matriz, na verdade Praça Marechal Deodoro, o que poucos sabem, em torno da qual estão assentados os Palácios Piratini, a sede do governo; o Farroupilha, a Assembleia Legislativa; o da Justiça e do Ministério Público, além da Catedral Metropolitana, dedicada à Santa Madre de Deus junto à Cúria Metropolitana e o Theatro São Pedro, esse inaugurado em junho de 1858, é possível se ter uma ideia de boa parte da história, beleza e trajetória da Capital gaúcha.

Fachada do Theatro São Pedro na Praça da Matriz

Fachada do Theatro São Pedro na Praça da Matriz

Catedral Metropolitana

Catedral Metropolitana

Todos esses prédios são abertos à visitação, pois guardam acervos histórico-culturais e promovem mostras. O Palácio Farroupilha, que é o nome da Assembleia Legislativa, sempre têm exposições de diversas regiões do Estado, de algum artista em lançamento da carreira.

Palácio Farroupilha, sede da Assembléia Legislativa do RS

Palácio Farroupilha, sede da Assembléia Legislativa do RS

Já no Palácio Piratini, os seus murais e o acervo – como as salas de estar e de jantar oficiais, são verdadeiras obras de arte. O Salão Negrinho do Pastoreio, onde o governo promove lançamentos de projetos especiais, conta com murais que permitem ao visitante conhecer parte da história gaúcha. Ali, a visitação é guiada.

Palácio Piratini, sede do governo estadual

Palácio Piratini, sede do governo estadual

A Praça da Matriz não serve apenas como referência aos prédios e poderes que a rodeiam. Nesta praça foi edificado, em torno de 1910, um dos monumentos mais conhecidos na Capital gaúcha – não o mais amado, como o do Laçador, obra essa de Antônio Caringi – um dos mais importantes escultores gaúcho e brasileiro e que teve como modelo o folclorista Paixão Cortes, conhecido internacionalmente – porém um dos marcos de como foi a política no Rio Grande do Sul.

Monumento a Júlio de Castilhos, tendo ao fundo o Tribunal de Justiça

Monumento a Júlio de Castilhos, tendo ao fundo o Tribunal de Justiça

Trata-se do monumento em homenagem ao líder Júlio de Castilhos, político que governou o Estado por mais de 20 anos, – amado e odiado – pois foi nesse período em que a sociedade rio-grandense viveu dias de horror, com uma guerra entre irmãos, sendo a degola a arma mais usada para eliminar o inimigo. O Monumento foi feito por partidários do líder, e tem a marca do Positivismo do mestre Augusto Comte, de quem Júlio de Castilhos era discípulo.

Monumento ao laçador, junto ao aeroporto de Porto Alegre

Monumento ao laçador, junto ao aeroporto de Porto Alegre

Ainda na área central, o visitante pode aprender sobre a cidade. Descendo do Palácio, que fica no alto, pela Rua General Câmara, está a Praça da Alfândega, onde ficam prédios que abrigam os principais museus e casas de cultura, pois ali está o Museu de Artes do Rio Grande do Sul (Margs), o Memorial do RS que foi antiga sede dos Correios e Telégrafos, o Santander Cultural, prédio erguido, na década de 20-30 para acolher o primeiro banco gaúcho: da Província.

Margs com iluminação noturna

Margs com iluminação noturna

Nesses três espaços a pessoa certamente encontrará algum atrativo ou espetáculo da sua preferência. No Memorial do RS, sempre tem exposições, seminários e outros eventos, além de uma área exclusiva para a consulta de obras. A situação é parecida no Santander Cultural, que em seus cerca de 6 mil metros quadrados, em três andares (subsolo, onde era o cofre do banco e funciona o Moeda Bar e Restaurante, como principal atração), primeiro e segundo andares. É um ponto turístico que a arte, shows de música e sempre tem novidades em termos de atrações.

Atlas segurando o globo terrestre, na Praça da Alfândega

Atlas segurando o globo terrestre, na Praça da Alfândega

São muitos os atrativos neste entorno, até porque são duas praças que se unem: Da Alfândega e Barão do Rio Branco, sendo que a primeira já se chamou Senador Florêncio. Elas começam na Rua dos Andradas, chamada de Rua da Praia e vai até a Avenida Siqueira Campos. No meio, está a Rua Sete de Setembro, há muito desativada para o tráfego de veículos, desde a Rua Caldas Júnior, até a General Câmara. Esse espaço merece uma olhada porque ali o visitante poderá ver até o bate papo entre Mário Quintana e o seu amigo, também poeta, Carlos Drummond.

Estátuas de Carlos Drummond e Mário Quintana na Praça da Alfândega
Estátuas de Carlos Drummond e Mário Quintana na Praça da Alfândega

Ao monumento em homenagem aos poetas está localizada num dos bancos da praça, na frente do prédio do Clube do Comércio, na Andradas. Nesse trecho também figura a Carta Testamento de Getúlio Vargas. Afinal, não se pode desconhecer que o político foi presidente do Brasil por muitos anos, sendo o criador de leis trabalhistas, a ponto de ser reconhecido como Pai do Trabalhador, ainda no século 21, quando morreu em 1954. A estátua do Barão do Rio Branco e de outras figuras ilustres, como o General Osório, em seu fogoso cavalo, também estão nessas praças.

Estátua do General Osório na Praça da Alfândega
Estátua do General Osório na Praça da Alfândega

É exatamente nesse local, bem no centro, que todos os meses de final de outubro, até 15 de novembro, Porto Alegre promove a sua Feira do Livro. Da Praça da Alfândega o visitante pode seguir pela Sete de Setembro até a Casa de Cultura Mário Quintana, no edifício Majestic, prédio que foi um hotel de luxo e que depois abrigou Mário Quintana e hoje guarda um acervo desse que foi o maior poeta rio-grandense e mantém atividades variadas. O retorno pode ser pela Andradas, até esquina com Caldas Júnior, para conhecer o Museu José Hipólito da Costa (o patrono da Imprensa brasileira), no prédio onde funcionou o jornal a Federação, do líder Júlio Prates de Castilhos. No outro lado da rua está o prédio do jornal centenário, o mais antigo do Rio Grande do Sul, cujo fundador foi Francisco Antônio Caldas Júnior.

Thêmis, a deusa da justiça, em frente ao prédio do Tribunal de Justiça

Thêmis, a deusa da justiça, em frente ao prédio do Tribunal de Justiça

Algumas atrações culturais e turísticas de Porto Alegre estão espalhadas pela cidade. Se o visitante seguir pela beira do rio, rumo à zona sul da cidade, irá se deparar, logo após a Usina do Gasômetro, com o estádio Beira-Rio e, na sequência, com um prédio branco encravado na rocha. Trata-se do Museu Iberê Camargo, visita obrigatória para se conhecer mais sobre a arte, artistas gaúchos, nacionais e internacionais e o movimento das artes na Capital gaúcha.

Portão central do cais do porto de Porto Alegre

Portão central do cais do porto de Porto Alegre

Retornando, indo para a zona Leste, está o Museu Tecnológico da PUC-Porto Alegre, junto ao campus dessa importante universidade. Além do acervo permanente, conta com mostras especiais, atraindo fluxos tantos de estudantes quando de pessoas interessadas em conhecer mais. A Santa Casa de Misericórdia, primeiro hospital da Capital Gaúcha, com mais de 100 anos, também tem seu espaço de cultura. Trata-se do Centro Histórico-Cultural (CHC). Neste espaço, num dos prédios históricos totalmente restaurado, a Irmandade da Santa Casa colocou à disposição da comunidade interna e externa um rico acervo de objetos e documentos que a Instituição reuniu e preservou e que pertence à memória comum do hospital e da cidade. Trata-se de um patrimônio fundamental para a compreensão da história e da cultura do Rio Grande do Sul nos séculos dezenove e vinte. Em área de 3.740 metros quadrados de, o Centro conta com um teatro para 290 lugares, o Museu Joaquim Francisco do Livramento com um acervo de seis mil peças, um Arquivo Histórico, um bistrô, biblioteca, galerias de arte, oficinas de restauração de documentos, de móveis e de outros objetos em madeira e salas de uso múltiplo. O endereço? É só perguntar onde fica a Santa Casa, todo mundo sabe.

Palácio do MInistério Público ou Forte Apache

Palácio do MInistério Público ou Forte Apache

Próximo ao complexo da Santa Casa, no começo da Avenida Independência, fica o Museu da Medicina, dentro do complexo do Hospital Beneficência Portuguesa- criada em 1854, mas cujo prédio atual é de 1867. No Museu, além de se obter informações sobre a época da criação dessa Sociedade, muitas informações sobre o avanço da Medicina no Mundo, Brasil e RS. O prédio que sedia o Museu da Medicina é lembrança viva da colonização açoriana, que aportou no antigo Porto dos Casais, nos idos de 1752. Depois disso, vieram para o RS e como consequência para a Capital, espanhóis, alemães, italianos, poloneses, russos, árabes, judeus e outros povos que se mesclaram com os índios e negros, esses últimos trazidos na condição de escravos. Essa mistura toda resultou no povo gaúcho e porto-alegrense. A capital gaúcha conta com muitos parques, uma excelente rede de hotéis e restaurantes e oferece muitos passeios que valem a pena. Mas isso é outra história. Para mais adiante. (Jurema Josefa)

Biblioteca Pública

Biblioteca Pública

admin

Jornalista profissional, trabalhou nos principais jornais de Porto Alegre e Rio Grande do Sul. Prestou assessoria às entidades ABAV, Sindetur, Sindicato de Hotéis no RS e à Confederação das Organizações de Turismo da América Latina (Cotal). Atualmente atua com assessoria de imprensa na Assembleia Legislativa.

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