Garganta do Diabo nas Cataratas Argentinas
A Garganta do Diabo
é a principal atração das Cataratas do Iguazú, na cidade de Puerto Iguazú, na Argentina. É verdade que no lado argentino são muitas as quedas, e o visitante pode ter uma visão inferior, média e superior dessas, pois as trilhas que foram construídas permitem chegar até a beira do rio, já na parte de baixo, quando cessam as corredeiras. Passarelas dão passagem sobre muitos trechos do rio, com suas cabeceiras firmadas em pequenas ilhas, o que permite aos turistas em geral (inclusive cadeirantes) chegar até o que eu chamaria de “ápice”, que é a enorme cratera formada na queda batizada de Garganta do Diabo. O ruído dessa Garganta é ensurdecedor engolindo águas e em seguida provocando seu refluxo e quedas, logo abaixo da sua formação. Esses movimentos contínuos formam ventos e névoa no entorno, formando uma cascata como um véu de noiva que não se conformou com poucos metros de cauda, mas exigiu quase uma fábrica inteira de rendas da mais fina qualidade. Aqui, o espetáculo é magnífico. Os turistas chegam a disputar energicamente uma “beirada” para a melhor vista, para a melhor foto.
A visita sobre passarelas leva a outros pontos, muitas quedas como as de de Adão e Eva, e uma especial, a Bernabé Mendez, dedicada a um guarda florestal morto em defesa da natureza, por um caçador. Vale a pena fazer todos os passeios, alguns trechos intercalam caminhadas com o Trem Ecológico da Selva, que dá apoio em trechos muito longos, mas não sobre a água, pois as passarelas são exclusivas para pedestres. Alguns trechos tem faixa dupla (como um dos que levam à Garganta do Diabo). Em outros, o visitante tem que manter-se de um lado da mesma para permitir a passagem do outro em sentido contrário.
Passeios de barco sem aventura, para apreciar o cenário em algumas das muitas e intrincadas voltas que o rio dá, são vendidos para interessados em turismo ambiental. Mas tem o passeio com aventura sob as cachoeiras de algumas quedas água. Esse é um dos preferidos, apesar de radical. Sempre tem filas de espera no embarcadouro Macuco, após uma trilha na mata. Ali, os bons de turismo aventura e do coração, (são feitas exigências para ver se a pessoa tem saúde e coragem para encarar a prova) podem embarcar nos barcos. A “Aventura Náutica”, um passeio de apenas 12 minutos, mas – conforme alguns aventureiros – são minutos que valem por horas. Um grupo limitado de pessoas, todos equipados com coletes salva-vidas, firmemente presos por cinto de segurança, aguardam a entrada do barco embaixo das águas da cascata em alta velocidade. Depois a embarcação recua, já com tendência de seguir descendo rumo a próxima queda d´água. Dá meia volta e investe rumo a cachoeira. São no máximo três ou quatro investidas e recúos que resultam em muitos risos e gritos de terror ou alegria que se ouvem das passarelas. Dão arrepios de medo em muitos, mas funcionam como chamarisco para outros.
Para chegar ao Parque Nacional do Iguazú, na Argentina, se o visitante estiver no Brasil, é necessário atravessar a Ponte Internacional da Fraternidade. É necessário apresentar-se com documentos no posto de imigracão argentina e dizer onde vai, com passaporte ou carteira de identidade, documentos do carro (precisa ter a carta verde, o seguro obrigatório). Se desejar andar pelo país, não apenas visitar o Parque, deve informar. Não esquecer que menores sem os pais ou responsáveis legais não entram no país com outras pessoas. Esse quesito já é visto na saída, pelas autoridades brasileiras. O ideal é visitar o Parque com uma empresa de turismo. Essas se encarregam da compra dos ingressos, da papelada (que é simples) levam e buscam o grupo ou a pessoa no horário acertado. Não esquecer que uma ida neste Parque demora um dia inteiro, pois são muitas as atrações. Pode ser dividido em dois dias, se houver tempo, sendo que o segundo dia tem um desconto especial no ingresso, desde que reservado antes da saída.
Ali estão disponiveis espaços com o Centro de Interpretação, também conhecido como Centro de Visitantes, possui o nome “Yvyrá Retá” que na língua nativa guarani significa “O país das arvores”, onde são realizadas palestras rápidas sobre a importância do local, do meio ambiente. As trilhas são o Caminho Verde (Sendero Verde), que pode ser feita a pé, um trecho de 600 metros entre a mata até a primeira estação do Trem Ecológico da Selva; o circuito superior leva por trilhas e passarelas, num total de seis quedas de água; no trecho circuito inferior, a visualização de alguns saltos de baixo e de outros; a Sendero Macuco e Salto Arrechea, caminho com bastante dificuldade, áreas silvestres, mas com uma recompensa no final, quando se avista a cascata de 20 metros, uma leve queda de água, a Arrechea, ponto que teria sido o começo das cataratas, antes da sua atual posição.
Logo na entrada quem vai para o Caminho Verde, existe uma caixa d´água em forma de observatório. Adiante, há um antigo prédio que foi um hotel e atualmente funciona como museu. Uma mostra Nuestra História, conta sobre os 80 anos do Parque Iguazú – 1934- 2014. Neste museu pode-se ter noção dos muitos momentos vividos na região. Em 1987, por exemplo, de uma grande seca, restou apenas uma das cataratas com água, deixando barrancas e o leito de muitos trechos completamente expostos. Houve outras secas, mas nenhuma igual a de 1987.
http://www.iguazuargentina.com/pt/
http://www.iguazujungle.com
Alguns vídeos das Cataratas argentinas: