Trindade é onde a Mata Atlântica encontra o Oceano

Praia da Trindade vista da trilha

Vista de um trecho de Trindade

Saíra Militar

Refúgio de muitas aves como a Saíra Militar

O distrito de Trindade, em Paraty (RJ), na divisa com São Paulo, faz parte do Parque Nacional da Serra da Bocaina (PNSB), devido à grande riqueza de fauna e flora, incluindo espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, a exemplo do que ocorre em toda a região. A inclusão desta área, se deve aos seus encantos, suas praias, matas e fauna rica, onde habitam não apenas muitas aves, micos, serelepes, mas até mesmo onças, todos necessitando ser preservados.

Praia do Meio

Paisagem da Praia do Meio

Trindade é parte dos 104 mil hectares do PNSB, território onde estão nascentes dos rios Mambucaba, Bracuí, Barra Grande, Perequê-Açu, Iriri e  Paraitinga, considerado o principal afluente do rio Paraíba do Sul,  que são vitais para o fornecimento de água potável para toda aquele região. Esse patrimônio é de é de responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e tem como parceiro o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, nas ações que necessitam de estudos e preservação de sítios históricos nas áreas.

Praia do Meio vista do Cachadaço

Praia do Meio vista do Morro do Cachadaço

Ali em Trindade, a Mata Atlântica exuberante chega até a beira do oceano, ao encontro de pedras em meio a areia e às baías com ondas calmas ou agitadas, capazes de atrair públicos variados. A distância da Vila de Trindade da área urbana do município-mãe- Paraty –  é de 25 quilômetros, 10 desses pela BR-101.

Placas dão indicações

Placas alertam também para o perigo

Movimento das ondas com Maré Alta

Maré Alta

Aviso indica comportamento adequado

Aviso mostra o que é permitido ou não

Imensas rochas formam o cenário na beira do mar

Imensas rochas formam o cenário na beira do mar

Essa região à beira mar é chamada de “parte baixa”, do Parque, e tem como destaque as praias do Meio e da Cachadaço, e sua piscina natural na beira da montanha, com pedras protegendo os usuários das ondas e a montanha como moldura natural. As praias mais acessíveis estão logo na chegada, depois de uma viagem de carro por cerca de 16 quilômetros, desde a BR 101, na altura do Quilombo do Campinho. São as praias de Cepilho (esta para o surf); de Fora (onde está a maioria das pousadas e restaurantes) e dos Ranchos (aqui tem restaurantes e pescadores). Para se chegar a Cachadaço, onde fica a Piscina natural, é preciso deixar o carro, pois a partir dali já existem cuidados para não prejudicar o ambiente.  A primeira praia é a do Meio, de onde saem barcos com passeios. Dali é preciso atravessar um riacho junto ao mar, aproveitando-se a maré baixa, para entrar na primeira trilha de cerca de 400 metros. Esse riacho é proveniente de outra beleza natural, a Cachoeira da Pedra que Engole (numa trilha 500 metros acima. É preciso ter cuidado. Muitas pessoas entram na brecha formada entre as pedras e podem ficar trancadas, caso haja algum entulho proveniente de chuvas). Ao final desta trilha, está a belíssima praia do Cachadaço, onde tem até mesmo um restaurante meio escondido, tipo hippie. Ao final da praia, nova trilha, esta de mais de 700 metros, rumo à piscina.  As duas trilhas são íngremes, cheias de raízes, altos e baixos, consideradas de média dificuldade, mas muito difícil para pessoas sem preparo físico. Em meio à mata, alguns micos e muitas aves são avistadas, algumas que só habitam aquela região. Ao final da trilha, finalmente a piscina em meio às pedras, no mar. No período do inverno (de maio até agosto), a água é muito fria. No verão, a temperatura é um pouco mais elevada.

Pedra mostra cara de índio

Cara do índio na pedra é obra de arte natural

Mas a ida até as piscinas pode ser em barcos que saem da praia, um passeio rápido por R$ 30,00 por pessoa. Todos com coletes salva-vidas e sentados no pequeno barco, uma breve e linda aventura que passa pela Ilha da Trindade, quase no meio dessas praias belíssimas. Tanto da praia do Meio, quanto das Piscinas, uma das imagens enigmáticas, é a pedra da Cabeça do Índio.

Decoração da Fachada de uma loja

Decoração da fachada de uma loja na rua principal de Trindade

Afinal, Trindade, era a terra dos índios Caiçaras. Foi exclusivamente de pescadores e alguns poucos moradores que viviam da pesca de agricultura. Nos anos 70 foi descoberta pelo movimento hippie, que deixou sua marca até os dias atuais. Hoje é muito procurada ainda por jovens, tanto que praticamente todas as pousadas contam com área de acampamento embaixo das frondosas amendoeiras. A maioria dos moradores e mesmo frequentadores são paulistas.

Propaganda bem humorada para atrair clientela

Propaganda bem humorada para atrair a clientela

Para atingir Trindade, o visitante entra no Trevo do Patrimônio, na BR-101, cerca de 10 quilômetros da histórica Paraty. Trindade é bem dotada de pousadas, rede de restaurantes que atendem o trivial e pratos bem elaborados de pescados (muito peixe grelhado, em posta e caldeiradas) frescos e dispõem de boa rede de comércio.

Pousada Ponta da Trindade vista do mar

Pousada Ponta da Trindade vista do mar

Nas muitas lojas de souvenires e camisetas, o visitante tem a impressão que ali é um reduto exclusivamente hippie. Mas a proprietária da Pousada Ponta da Trindade  que nasceu e cresceu em Trindade, casou teve filhas que já casaram e tem seus filhos ali, é uma prova de que em Trindade tem espaço para pessoas de todas as tendências.

No Restaurante do Quilombo boa comida e sucos

Restaurante Quilombo, boa comida e sucos maravilhosos

Na BR-101, próximo a entrada para Trindade, fica o Quilombo do Campinho, onde a comunidade produz de forma cooperativada, conta com um centro de artesanato (pena que nos meses mais frios não abra, apenas no verão e feriadões). O Restaurante Quilombo, pouco antes da entrada do Quilombo, para quem chaga de Paraty, abre diariamente e a gastronomia é premiada.

http://www.icmbio.gov.br/parnaserradabocaina/

admin

Jornalista profissional, trabalhou nos principais jornais de Porto Alegre e Rio Grande do Sul. Prestou assessoria às entidades ABAV, Sindetur, Sindicato de Hotéis no RS e à Confederação das Organizações de Turismo da América Latina (Cotal). Atualmente atua com assessoria de imprensa na Assembleia Legislativa.

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