Pelourinho é cartão de visita da Bahia

Religiosidade, arte, cultura e história 

Uma volta pela história em Salvador, na Bahia, pode começar pelo Pelourinho, onde a Igreja e Convento da Ordem Terceira de São Francisco – uma obra de arte tombada pelo Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) –  é um monumento que leva a imaginação ao passado, como uma volta no tempo e, ao mesmo tempo, um passeio pela arte e renascimento da crença.  Chamar aquele munumento – com suas várias alas, de Igreja é muito pouco. Nos muitos altares que compõem a nave principal, as imagens e paredes são banhadas a ouro, diversas capelas são dedicadas a outros santos, pois São Francisco pregou que “ é dando que se recebe”. Qume sabe, por isso ele cedeu espaço para o altar de Nossa Senhora da Piedade, Sant  Ana, Nossa Senhora da Glória, Santo Antônio, Santa Luzia – entre tantos outros – que ganharam seus nichos dentro da ampla e  reluzente igreja, cuja história começou em 1587, com a chegada dos franciscanos, e só foi concluída em 1750. Revitalizado ao longo dos anos, o conjunto é considerado um dos mais singulares do Barroco brasileiro e poruguês.

Muita arte pelas ruelas e praças

Depois de percorrer os corredores do convento – parte integrante da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco – cujas paredes formam murais formados por azulejos portugueses, o chamado vem da rua, dos casarios do Pelourinho, um espaço único no cimo de uma montanha, onde nasceu a cidade de São Salvador. Esse espaço chamado Pelourinho, na montanha  cujas ruelas estreitas, ora com largas praças sempre com calçada e chão de paralelepípedos, é Patrimônio Histórico da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Bares, hotéis, casas de comércio de artesanato e, sobretudo espaços destinados a apresentações sem hora marcada, seguram o turista em cada quadra.

 O bloco-afro Olodum, que leva magia ao carnaval baiano, mas que funciona o ano inteiro, tem suas raízes plantadas no Pelourinho.  Ali é sua sede. Seja em pontos de ensaios, nas  lojas com artigos alusivos, ou locais para os penteados e maquiagem dos personagens, tudo é muito alegre e colorido. Nesta época do ano (desde dezembro de 2018 até o Carnaval, em março desde 2019)  grupos do Olodum – Ong  do movimento negro, fundada em 25 de abril de 1979, brinca de carnaval e faz ensaios ora descendo ladeiras ou subindo outras. Turistas de todo o mundo assistem extasiados ao ritmo de atabaques, tambores e muita magia.

                Mas entre um desfile e outro, o turista pode ser surpreendido com o grupo Os Filhos de Gandhi que fazem ali suas performances para o Carnaval. A Praça na frente da casa de Jorge Amado é palco apresentações de diversos  grupos teatrais,  de capoeira e de benzedeiras que lançam cheiros de ervas e muita arroz e magias nos turistas. Muitos restaurantes, bares e pousadas estão no Pelourinho. O Hostel das Laranjeiras, um pequeno hotel numa antiga residência totalmente restaurada e adaptada, é uma boa dica para quem deseja conhecer todo o centro histórico e pontos históricos, antes se seguir para a praia.

Do Pelourinho, sempre palmilhando o calçamento irregular, o caminho leva ao Elevador Lacerda, um outro monumento que leva o turista e os moradores da cidade para a parte baixa e, naturalmente, ao Mercado Modelo. Além do atesanato, das rendas e artigos do vestuário em algodão e de muitas iguarias nordestinas – como os vários tipos de pimentas- pode-se acompanhar na parte dos fundos uma apresentação de capoeira.

Ali mesmo é um lugar especial para um lauto almoço com comida baiana, nos restaurantes Camafeu de Oxossi e Maria de São Pedro, no 2º piso, mais adequado para quem busca a vista do mar e da marina onde se pode fazer passeios de barco, de catamarãs, lanchas pela baia de São Salvador.

A Fé leva as cores do Bomfim

É tempo de conhecer a igreja de Nosso Senhor do Bomfim, onde a fé leva multidões em procissões, numa das mais efetivas e afetivas manifestações religiosas unindo crenças diferentes: o chamado sincretismo religioso. Ao mesmo tempo o povo baiano comemora Nossa Senhora dos Navegantes – que tem uma passagem pelo Senhor do Bomfim, e Yemanjá. No templo católico, uma das alas é destinada ao agradecimento pelas graças alcançadas, espaço que emociona pelos relatos dos que pediram com fé e tiveram suas preces ouvidas. Não há como resistir a fitinha do Senhor do Bomfim que enfeita a entrada da Igreja, cuja praça foi totalmente remodelada pela prefeitura de Salvador.

Dorival Caimi dizia que existem 365 igrejas católicas em Salavador. Por isso não tente visitar todas, seria muito difícil, mas algumas na área central – por sua história, seu acervo ou vista maravilhosa do mar e suas ilhas na área central, vale a pena fazer uma visita e uma oração. O passeio tradicional que para ser completo precisa ter um parada na Ribeira, onde bons restaurantes e boas barracas de praia atendem a clientela, uma passada na praia do Forte da Barra e de Itapuã, onde Vinícius de Morais escreveu tantos lindos versos.

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