Navegar nas águas do Beneventes, em Anchieta, é tudo de bom.

Anchieta: Passeio pelo Rio Beneventes

Anchieta

Passeio de barco

Um passeio de barco pelo Rio Beneventes ou pelo mar,  é uma pedida certa em Anchieta, no Espírito Santo. O passeio de barco sai da Vila dos Pescadores, onde fica o mercado de peixe e a Casa do Pescador, um espaço dignamente restaurado, como todo o local. Dali, se o visitante desejar, poderá subir uma escadaria enorme e terminar no pátio da Igreja Matriz e do Santuário de Anchieta, numa montanha belíssima. A entrada principal deste complexo, no entanto, é pela avenida principal, pouco antes da ponte do Beneventes, rio que nasce nas montanhas e desagua no mar, duas quadras além do Mercado de Peixe. Os irmãos Jaldemar e Alemão, donos do barco Heitor – filhos de pescador aposentado são os especialistas na arte da pesca e de levar turistas rio acima e mar adentro para observação ou pesca amadora. Jaldemar tem boas histórias das plantas do mangue, das cinco espécies de garças, quatro dessas brancas e uma azul, além de outras aves, como dos biguás que se adonam das galhadas – na verdade as raízes – da principal planta do mangue. E também das capivaras que nos horários de muito calor preferem os brejos mais frescos, ficando à mostra dos visitantes apenas mais cedo e nos finais de tarde. O mesmo acontece com os papagaios – que tem sua ilha no mangue formado pelas águas do mar na costa do rio Beneventes. Eles saem muito cedo da ilha que leva o nome Papagaio, e só retornam no final da tarde. Nesta época do ano, novembro e dezembro, as garças estão fazendo seus ninhais numa labuta ardorosa na sua Ilha das Garças. Lá por janeiro e fevereiro serão milhares de filhotes, numa fauna intensa para os pais, conta Jaldemar apontando os tipos de garça. A Pequena, a azul e outras três espécies maiores.

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Manguezal do Rio Beneventes

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Os afluentes do Rio Beneventes

Este passeio pelo Rio que tem uma profundidade de até nove metros, dependendo da altura, leva a outros que desaguam nele, como o Salinas, também bem profundo. E este leva às ruínas de uma antiga construção ainda não identificada em meio à mata. O local dessas ruínas – 32 colunas redondas e quadradas – foi informado pela empresa mineradora Samarco, uma das responsáveis pela excelente receita do município de Anchieta. Com várias Unidades, porto próprio, a mineradora (era uma unidade da Vale do Rio Doce) recebe o minério de Minas Gerais por um processo intrincado e sofisticado, utilizando túneis submersos até as unidades locais. Mas isso é outra história. O que conta é que a empresa adquiriu uma grande área para sua expansão, tratamento de efluentes, entre outros quesitos e no meio da mata achou as ruínas que vem sendo pesquisadas. Um grupo considera que teria sido uma salina, outro acha que poderá ter sido uma antiga propriedade rural há muito abandonada. Esse achado também foi um mote positivo para o município de Anchieta. A secretária Balbina Pereira Fontes, de Turismo Comércio e Empreendedorismo, informou que tão logo se soube dessas ruinas, no final da década de 80, foi construída um acesso, uma espécie de ponte sobre madeira desde a beira do rio Salinas, onde de construiu um ponto de embarque, para possibilitar a visitação.

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Mistério do Rio Beneventes

Os pescadores com barcos capazes de levar visitantes foram acionados para se qualificarem a promover essa visita. Além de ser um passeio muito agradável, a conversa da Jaldemar, sobre as peculiaridades da região, os costumes, é muito proveitosa. O barco Heitor – o mesmo nome do filho, que já gosta da lide de pesca e de navegação – tem capacidade para seis passageiros, bem seguro.

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Embarcações saem do porto

 Esse passeio, aliado às visitas as montanhas, no meio rural, no Circuito dos Imigrantes, onde um grupo chamado Mulheres da Prata – porque estão na localidade do Córrego da Prata – criou uma espécie de cooperativa e atualmente produzem biscoitos variados – receitas das nonas italianas –, pães, bolos, geleias e massas caseiras, são um atrativo a mais para os visitantes.  Na visita a serra o visitante pode até comprar lembrancinhas ou degustar a cachaça Pratinha, produzida pelo alambique de Vanderly Rigoni, ainda na localidade de Córrego da Prata.

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Vanderly Rigoni em sua loja de fábrica

 “São dois os motivos principais que trazem turistas em nossa cidade. O Santuário de Anchieta e as praias que são realmente muito boas, cada qual com um modelo diferente”, afirma a secretária. Aliar a esses atrativos naturais o passeio das ruínas pelos rios Beneventes e Salinas, e ainda a visita à área rural, é mais uma atração que já vem ganhando espaço, destaca. No caso da área rural, o visitante precisa manifestar interesse, ficando a cargo de o hotel dar indicações sobre como fazer o passeio. Já no caso dos passeios de barco, além das saídas da Colônia Z-4, junto à casa do Pescador, fone de Jaldemar 28.88080701, uma empresa de turismo voltada ao meio ambiente tem saídas das suas escunas da Praia de Areia Preta de Anchieta, fone 28.999757678. Essa empresa também oferece mergulho para a observação de corais e algas, essas últimas o alimento principal das tartarugas que vão à costa do Espírito Santo. Nos dois casos, é necessário agendar, combinar custos.

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Jaldemar pilotando seu barco no rio Beneventes

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Garça-azul

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Fábrica de doces na área rural 

https://auladecampo.wordpress.com/rio-beneventemanguezal-de-anchieta/

http://www.folhavitoria.com.br/entretenimento/blogs/elogoali/2014/03/misterio-no-rio-benevente-em-anchieta/

admin

Jornalista profissional, trabalhou nos principais jornais de Porto Alegre e Rio Grande do Sul. Prestou assessoria às entidades ABAV, Sindetur, Sindicato de Hotéis no RS e à Confederação das Organizações de Turismo da América Latina (Cotal). Atualmente atua com assessoria de imprensa na Assembleia Legislativa.

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