Passeio a pé pelo Rio de Janeiro

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Visitar o Rio de Janeiro é um espetáculo à parte, pois são muitas as atrações da Cidade Maravilhosa. Quem não lembra da emoção de ter ido ao Cristo Redentor, ter olhado a vista lá de cima ou, então, da imagem do mar avistado do alto do Pão de Açúcar?  A Cidade tem muito mais. Há bastante tempo existem roteiros a pé pelo Rio de Janeiro, mas o bom mesmo é a aventura, sair por conta procurando tudo e ao mesmo tempo vivendo o clima carioca.

Morro do Arpoador

Arpoador, uma referência entre Ipanema e Copacabana

 Sair passeando pelas praias, rodear de Ipanema, ali da Lagoa Rodrigo de Freitas até o Morro do Arpoador, Forte de Copacabana e toda a praia.

Com o poeta Drummond, em Copacabana

Com o poeta Drummond, em Copacabana

Depois vem as atrações dos bairros – Flamengo, Glória, Cadete, Lapa – até chegar ao centro histórico. Ali, além da caminhada que apresenta ao visitante a Candelária em seu esplendor, tem museus que exigem uma visita especial, um dia inteiro para cada um e, ainda, os bares  e restaurantes da Rua do Ouvidor, a Lapa  e o Cais restaurado,  uma grande área aberta abrigando dois museus: o mais novo, Museu do Amanhã, e o antigo do Mar, ou de Arte do Rio.

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Os 18 do Forte, retratados em Painel na entrada

Os 18 do Forte de Copacabana, um lindo painel na entrada

Aqui o visitante precisa definir um roteiro, pois cada ponto – sem contar o Cais – é uma atração a parte e tem muito o que se ver. O que curtir e amar. Eu, por exemplo, fiquei com o Museu de Arte do Rio, ou do Mar e já na chegada me emocionei com a foto do grande Almirante Negro e com as histórias de navegação.

O Museu do Amanhã

O Museu do Amanhã

Não havia condições de enfrentar a imensa fila para o Museu do Amanhã eu não havia comprado ingresso antecipado, o que pode ser feito pela internet.  Fizemos fotos externas, falei com pessoas que visitavam e nossa amiga Rejane Schneider, nos descreveu o Museu do Amanhã que ela amou. “uma obra que se falou muito cara, mas é grandiosa. A cultura merece. O povo merece”. Aponta esta filha de Estância Velha (RS) carioca de coração. Mas as informações não me permitiram escrever sobre o Museu do Amanhã. Afinal, já tenho motivo de sobra para voltar ao Rio de Janeiro!

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Dali – da beira da Praça Mauá, tendo como vista o prédio emblemático do Museu e no outro extremo a vista da ponte Rio Niteroi – fui levada  a Pedra do Sal, um bem cultural afro-brasileiro. Tombado desde 20 de novembro de 1984, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, como um monumento histórico e religioso, é ponto de samba de raiz, onde grandes nomes do  mundo musical carioca, Pixinguinha, Donga, João da Baiana, Heitor dos Prazeres, aprenderam ali ou deram “canja”, como Martinho da Vila e tantos outros mais jovens.

 Vista direto do Museu do Mar

Vista do mar e da ponte Rio-Niterói, direto do Museu do Mar

Neste local, bairro da Saúde, junto ao Cais, muitos estivadores chegaram da Bahia levando costumes de ancestrais africanos e alguns africanos chegados como escravos. Ganhavam a vila ali no cais e descarregando sal naquele ponto onde fica a pedra. Tem até uma escadaria talhada na rocha, feita pelos mesmos, para facilitar o trabalho.

 Escadaria Celarón, na Lapa

Escadaria do Selarón, na Lapa

O ponto, acima, seria chamado mais tarde de bairro da Saúde, cuja entrada soberana era e é a Pedra de Sal. Ali, esses homens desgarrados de sua pátria, da família e de seus costumes, se juntavam a outros marinheiros e ao final do dia faziam sua música, arranjavam namoradas novas, reviam antigas, faziam sua arruaça, brigas e até mortes aconteciam. Enfim, era a Pedra de Sal, “point” dos marinheiros. Nos dias atuais é um ponto onde tem samba todas as sextas feiras e sábados e em algumas noites da semana.

O magnífico prédio do Theatro Municipal do Rio de Janeiro

O magnífico prédio do Theatro Municipal do Rio de Janeiro

É samba puro e a arquibancada é a Pedra de Sal. A plateia se amontoa sobre a pedra, por vezes alguns até escorregam, mas tudo é alegria. As batidas (coquetéis) servidas, feitas na frente do freguês, usam frutas frescas e são de dar água na boca ao lembrar o sabor. E se você pergunta: “ Martinho da Vila vem hoje?”. O carioca mostra seu estilo na resposta: “ Não tá vendo que ele tá bem ali?

sdc11962O passeio pelo centro histórico do Rio de Janeiro, pela avenida Rio Branco e ruas laterais, é de muita descoberta. Dos Arcos da Lapa, a Escadaria Selarón, a Catedral, o Convento de Santo Antônio no Largo da Carioca, a Confeitaria Colombo e a Praça XV, o Paço Imperial e o Arco do Teles.

Igreja Nossa Senhora da Candelária

Igreja de Nossa Senhora da Candelária, no centro do RJ

Claro que é preciso dar uma parada para um chope no Bar Amarelinho, na Cinelândia. Com sorte, além do chope e de um tira gosto, o visitante pode acompanharm uma manifestação contra ou a favor, em frente da Assembleia Legislativa do RJ, bem ali. Esse ponto é destaque por muita história, tudo em torno da Praça Marechal Floriano. Um entorno que guarda a Biblioteca Nacional, o Museu Nacional de Belas Artes (neste pude passar quase um dia inteiro e teremos matéria sobre a magnitude). É muita atração para pouco tempo. Mas as lembranças boas ficam coladas na alma de quem faz um passeio desses. Estão impressas em minha alma!

Rua do Ouvidor, um espaço único

Rua do Ouvidor num sábado bem cedo, um espaço único

Chegamos à Rua do Ouvidor logo cedo, num sábado. Livrarias, lojas com souvernirs, antiquários. As cadeiras e mesas eram sendo colocadas no meio do largo (muito estreito), logo a freguesia começa a chegar. Indaguei: “Posso falar com o Ouvidor?”. A resposta também foi na hora, sem frescura, à carioca:  “Que pena, ele não vem aos sábados pela manhã”. Seguimos a caminhada…

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