Coronavírus reduz voos e prejudica turismo
Desde dia 28 de março o Brasil tem apenas 1.241 voos semanais, sendo 483 voos da Latam, 405 voos da Azul e 353 voos da Gol. Esse corte, chamado de ajuste, que vinha sendo estudado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), foi mais drástico do que era esperado pelo setor de turismo, de transportes em geral e comunidades. Em tempo de pandemia da COVID -19, e trabalhando com a possibilidade de paralisação dos serviços – já que em algumas cidades duas ou até as três empresas aéreas disputavam a mesma demanda – dos 14.781 voos semanais, a ANAC manteve apenas 1.241, o que foi chamado de “malha emergencial”. Atende as 26 capitais, o Distrito Federal e 19 cidades de maior porte ou única em regiões como na Amazônia, em que não existe outra forma de transporte mais rápido.
O transporte aéreo, de ônibus, metrôs, trens, navios ou barcos sofreu mudanças e redução em todo o mundo, por causa da pandemia. O aeroporto de Orly, o segundo mais importante da França encerrou suas atividades dia 31 de março. Não tinha mais movimento nos poucos espaços que ainda se mantinham funcionando.
Durante o mês de março, tão logo as notícias da pandemia foram sendo difundidas com mais clareza, milhares de eventos fossem turísticos, esportivos, culturais e científicos foram cancelados ou tiveram as datas de realização alteradas. As Olimpíadas, que seriam em julho no Japão, ficou para julho de 2021. Todos os parques, sejam de entretenimento, ou de proteção ambiental, estão fechados. Da mesma forma que museus. Na mesma linha, a Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo, que realizaria o 37º Congresso na cidade de Santarém, no Pará, precisou cancelar o evento que estava marcado de 21 a 26 de junho próximo.
Empresas representantes de hotelaria, excursões ou de divulgação de eventos tiveram muito trabalho e começaram a acumular prejuízos em março. Primeiro, analisando com os promotores qual o caminho a seguir. Na sequência, o anúncio de cancelamento e pedidos de desculpas, já disponibilizando endereços para a negociação para a devolução de parcelas pagas, ou manutenção de reserva para outro período.
Também as prefeituras e estados cancelaram eventos importantes e tradicionais, como foi o caso da Magia da Páscoa, de Nova Petrópolis (RS) – que teria seu ponto culminante nesta Semana Santa. A alegoria da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém (PE), foi outro evento tradicional cancelado. Bem, o Vaticano, Disney, Beto Carrero, o Corcovado e seu Cristo Redentor, são alguns dos locais que pararam suas atividades.
A Prefeitura de Ilhabela, e de todo o Circuito Litoral Norte de São Paulo, que integra as cidades de Bertioga, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba, alinhado às secretarias de Turismo de cada município, ressalta “a importância de os turistas adiarem suas viagens em decorrência da pandemia do coronavírus. Quarentena não é férias”, é um dos motes, informa a Assimptur- Assessoria de Imprensa.
A Pauta Assessoria, de Porto Alegre, comunica que o Olivas de Gramado, suspendeu suas atividades em 21 de março e reabrirá somente “ houver segurança aos visitantes e sua equipe”. O mesmo aconteceu com a empresa de Bondinhos Aéreos, em Canela, o Alpen Park e tantos outros.
A empresa Rossi & Zorzanello que realizaria o Magia de Páscoa de Nova Petrópolis, cancelou esse evento e transferiu outros para o segundo semestre, em dadas a serem definidas. Por enquanto, mantém a realização do FESTURIS, de Gramado. “A empresa está atenta aos movimentos do mercado e confirmou que manterá a realização do evento para a data prevista, de 5 a 8 de novembro de 2020, na Serra Gaúcha. A organização reconhece que o momento do setor é difícil e o impacto ainda é imensurável, mas aposta que a retomada do crescimento virá através do turismo e da força de eventos como o FESTURIS”, destacaram os dirigentes Marta Rossi e Eduardo Zorzanello. Uma peça publicitária chamando para o reencontro, em novembro, foi concebida pela Rossi & Zorzanello.
Toda a economia foi atingida e o turismo, que responde por 1 a cada 10 vagas de emprego direto, por isso um dos setores com prejuízos ainda inestimáveis. No Brasil, cerca de 9 milhões de empregos diretos são contabilizados no setor. Direto, conforme estudos do IBGE e da Organização Mundial do Turismo, indica 116 atividades, incluindo transporte, eventos culturais, gastronomia, hotéis e de serviços em geral.
