Lula criou o Ministério do Turismo e  anuncia que dará atenção ao setor

Além de sempre ter dado espaço e apoio ao desenvolvimento do turismo, tanto que em seu primeiro governo criou o Ministério do Turismo, o candidato do PT à Presidência da República, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já deu sinais de que pretende retomar o setor aos patamares de excelência tidos em seus  governos. No dia 20 de setembro deste ano, ainda no primeiro turno eleitoral, Lula teve encontro com representantes de entidades ligadas ao setor turismo, em São Paulo, ocasião em que se comprometeu a criar condições para que o setor cresça e as pessoas possam voltar a viajar.  “como aconteceu em nossos governos”, disse.

            “Queremos fazer com que as pessoas voltem a viajar. As pessoas precisam conhecer esse país. Precisamos criar condições. O papel do Estado é o de abrir portas, facilitar e não criar problemas”, disse, destacando o papel importante do setor na geração de empregos. O ex-presidente afirmou também que a fome, pobreza e violência, que voltaram no país, não atraem turistas.

            Em resposta a Eduardo Sanovicz, representante da Associação Brasileira de Empresas Aéreas, que reclamou do impacto do querosene de aviação no preço das passagens, Lula se comprometeu a reduzir o preço do combustível. Segundo ele, outros componentes também devem atuar no fato de as tarifas hoje estarem tão altas. “Não é só o preço do querosene, porque o preço do querosene é o mesmo no sábado, na segunda, na terça, na quarta. Eu quero dizer para vocês: se for o preço do querosene, a gente vai resolver para você nunca mais falar que é o preço do querosene. Deve ter outras coisas porque a passagem realmente é cara”, afirmou.   O também ex-ministro da área, Walfrido dos Mares Guia falou da necessidade de inclusão pelo turismo e concordou com a necessidade de rever o preço do querosene de aviação.

            Reconhecimento do setor

Voos ainda são poucos, porém estão de acordo com a demanda que está contida

            O representante das empresas aéreas foi um dos muitos empresários a darem depoimento em reconhecimento à importância do governo Lula para o desenvolvimento do setor e com demandas para uma nova gestão. Sanovicz lembrou que no período dos governos petistas, o número de passageiros no transporte aéreo passou de 30 milhões para 100 milhões ao ano.  Uma das razões, disse, foi o aumento da capacidade de consumo das famílias.

            O ex-presidente destacou ainda que, além de dinheiro para comprar passagem, para fazer turismo é preciso que o povo tenha trabalho e salário e se comprometeu a fazer mais e melhor no próximo governo. No encontro, Lula recebeu documentos com propostas de diferentes segmentos do turismo. Antônio Setin, da Rede Accor, falou das consequências da pandemia para os hotéis, com a perda de clientela e queda na renda. Ele pediu medidas para recomposição e também sugeriu outros potenciais de atração de turismo para os hotéis, como os cassinos.

Alexandre Sampaio foi uma das lideranças que foi ao encontro. Aqui em participação no Encatho Exprotel

            Alexandre Sampaio, da Confederação Nacional do Comércio, defendeu criação de estímulo para incluir a classe trabalhadora no turismo. Segundo ele, é preciso ciar um turismo de massa que contemple a todos, do turismo de luxo ao de menor poder aquisitivo. Segundo ele o turismo tem missão de integrar e fazer o Brasil crescer.

            Luiz Barreto, um dos ex-ministros do Turismo no governo Lula, lembrou o legado dos governos petistas no setor. Uma grande tarefa, segundo ele, foi criar a Lei Geral do Turismo que, num novo governo, precisará ser atualizada, incorporando as mudanças tecnológicas. Ele destacou o papel de Lula na execução do Prodetur (Programa Nacional de Desenvolvimento e Estruturação do Turismo), assumindo contrapartidas dos estados para tirar do papel obras importantes para o setor.         

Tempo em que o povo chegou aos Aeroportos

            Em março de 2020 escrevi um artigo sobre Turismo para a “melhor idade”, atendendo pedido de um colega que criara um espaço exclusivo para pessoas mais vividas, de 50 a 60 anos para mais. Não resisti e abri com o relato de quando a terceira idade, – a classe média mais baixa e povão -começou a viajar. Não a que têm recursos, pois essas sempre foram donas dos espaços de aeroporto, mas os que estavam fora dessa rota. Aqui a recuperação que fiz:

Walfrido participou do encontro e está cotado para reassumir o setor, se Lula chamar

            “Quem deu o sinal verde para que aposentados e integrantes da chamada Terceira ou Melhor Idade pudessem viajar foi o primeiro ministro de Turismo brasileiro, o mineiro Walfrido dos Mares Guia, que implantou o Ministério do Turismo, criado no primeiro Governo Lula, em 2003. No começo do ano de 2007 o Ministério do Turismo prosseguiu e lançou o projeto ViajaMais Melhor Idade, focando numa demanda reprimida pois eram poucas as pessoas aposentadas, com mais de 60 anos de idade, que tinham condições financeiras para viajar. Ele chamou o “trade” turístico à faturar com a sazonalidade. Ou seja, naqueles períodos de baixa ocupação, os parceiros que são as companhias aéreas, empresas de ônibus, hotéis, restaurantes, bares, grupos culturais e demais serviços ou instituições culturais foram chamados para darem apoio, oferecendo produtos por preços adequados ao período.      

Movimento ainda pequeno nos aeroportos, pós pandemia

       Os resultados foram imediatos, tanto que operadoras de turismo criaram “pacotes turísticos” exclusivos para a chamada Terceira Idade, entre essas a CVC, maior operadora de turismo brasileira. As companhias aéreas com o aumento da demanda, puderem ofertar preços menores nos bilhetes. No começo, os pacotes eram apenas para o Brasil, mas se estenderam para o exterior. O Serviço Social da Indústria, o SESC, que tinha programas especiais nas áreas de educação, tecnologia e outros – focados na Terceira Idade – também criou pacotes para atender a demanda de uma população com menor poder aquisitivo e seu foco foi o Brasil. Nos dois casos, a proposta foi no sentido de buscar preços mais acessíveis, dado que aproveitavam a disponibilidade das chamadas “baixa temporada”. Em menos de cinco anos os aeroportos ficaram entupidos, com passageiros aguardando em saguões superlotados, com voos completamente lotados, a ponto de pessoas que antes eram donas absolutas desse espaço, reclamarem que o povão tinha invadido os aeroportos. O que houve? Sentindo que era bom viajar, conhecer novos locais, milhares de aposentados responderam “sim” aos produtos turísticos apresentados e caíram na estrada ou se soltaram nos ares, nas estradas e em hidrovias, no Norte do Brasil.

Estande de Gramado, no Festuris

Um detalhe interessante: milhares de nordestinos que nunca tinham voltado à sua terra Natal, puderam voltar e se encontrar. Até Gramado, cidade gaúcha que recebe o maior fluxo de turismo no País (está sempre entre as cinco mais) passou a receber turistas “povão”, o que resultou em reclamação de algumas personalidades que se julgavam donos da cidade! Meninos, eu vi!!

Imagem de Capa de autoria de Ricardo Stucker

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