Meeting Festuris busca a receita ideal para o turismo

Tradição, cultura, inteligência artificial e de dados, atividade desportiva, afetividade e o compromisso com mudanças que deixem rastros capazes de serem trilhados por outros atores, que serão herdeiros também dos afetos, cheiros e sabores e reflitam em desenvolvimento econômico e social. Nessa ordem (ou de forma alterada) os palestrantes do Meeting Festuris deram seus recados no debate sobre o futuro do turismo, nesta edição do 37ª Festuris, cuja temática central é Reimaginando o Amanhã.

O Primeiro dia do encontro (07/11/25) reuniu cerca de 800 pessoas no Serra Park e contou com bate-papo com a ex-ginasta Daiane dos Santos que, ao final da sua fala, enfrentou com firmeza uma fila enorme de admiradores que não arredaram pé enquanto não tiveram uma foto com a menina que fez o Brasil parar nas suas disputas, sempre vencendo mais um campeonato e dando aos espectadores o solo ao som de Brasileirinho. E levantando um Ouro!

Um dos destaques do primeiro dia do Meeting foi o bate-papo inspirador com Daiane dos Santos, A campeã mundial de ginástica artística contou com Lu Thomé, curadora de conteúdo do Meeting, como sua mediadora. A influenciadora esportiva abordou temas como sucesso, futuro da juventude e, claro, turismo. “Nossas experiências são feitas por gente. Ao falar em experiência, estou falando de pessoas, de contato, de memórias”, destacou.

Turismo Social

O Presidente da Associação Brasileira de Turismo Social (Abrastur), Michel Daros, versou sobre a previsibilidade, aquela palavra mágica que possibilita ao interessado numa viagem a determinado local, com tranquilidade e economia. Ou seja, o planejamento, a reserva e compra antecipada. Ele deu o passo a passo para quem quer viajar, soluções mais personalizadas, econômicas e seguras. Para a rede hoteleira, mais previsibilidade para reduzir a ociosidade e otimizar a ocupação.

foto de Luciana Moglia

O palestrante destacou que a democratização das viagens e a promoção do acesso ao turismo e lazer para todas as camadas da sociedade, tem impulsionado modelos de negócios combinando inteligência de dados e tecnologia de forma estratégica para fortalecer o setor que deve movimentar mais de meio bilhão de reais no Brasil ao longo de 2025. A blindagem das diárias tem se mantido como uma das principais vantagens, especialmente num mercado que vem trabalhando com flutuação dos preços. “Os assinantes dos planos podem fazer o uso das diárias adquiridas sem se preocupar com oscilação de valores”, destacou. Ele indicou entre as ofertas para o turismo social os clubes de férias e deixou claro que qualquer programa social não é produto exclusivo para o turista de baixa ou alta renda. “O segmento abrange diferentes perfis socioeconômicos. As assinaturas são personalizadas e trabalham com diferentes classificações, incluindo as 5 estrelas”, ressaltou.

Turismo do RS: Tradição presente

         Diante dos olhares de mais de 800 pessoas, o arquiteto e urbanista especialista em história da arte Leônidas Oliveira e o secretário do Turismo do Rio Grande do Sul, Ronaldo Santini, apresentaram as perspectivas para o desenvolvimento sustentável dos destinos turísticos – em linha com o tema que guia o evento neste ano: Reimaginando o Amanhã. Ambos destacaram a importância de oferecer vivências profundas. “Viajar é compreender e dar sentido à sua existência a partir da experiência da sua viagem”, disse Oliveira.

         Convocando a plateia para cantar junto a música Vida no Sul, de Daniel Torres, o secretário Santini apresentou as perspectivas de desenvolvimento do setor no Estado. De chimarrão em punho, ele exaltou a bebida que é a cara dos gaúchos. “Não é só um chá, é um ritual”, afirmou. A partir da tradição do mate, o secretário ressaltou a essência de cada região como o mais potente ativo do turismo de um local. “Aquilo que muitas vezes escondemos por vergonha ou preconceito passou a ser nosso maior ativo turístico”, defendeu, relembrando a época em que se mudou de Lagoa Vermelha, no interior do Rio Grande do Sul, para Porto Alegre, e pensou em abandonar o uso da bombacha. “Identificamos que nossa maior fortaleza está em valorizar a própria identidade”, finalizou.

         A manhã também foi marcada por palestras que destacaram como a hospitalidade da rede hoteleira pode impactar positivamente a experiência dos turistas, movimentando o setor econômico de um município. Para falar sobre o assunto, o palco recebeu Cris Mors, diretora de Vendas e Marketing da Rede Laghetto e Aline Miranda, gestora de turismo do Sebrae/SC, que apresentou alguns turísticos. Como exemplo, apresentou a história da criação da Georrota, localizada na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina. “Foi um grande desafio implementar esse roteiro, pois abrange dois estados, sete municípios e mais de 250 empresas”, contou. Também palestrou o conselheiro de empresas Roberto Lopes,

Jurema J Silva

Jornalista profissional, trabalhou nos principais jornais de Porto Alegre e Rio Grande do Sul. Prestou assessoria às entidades ABAV, Sindetur, Sindicato de Hotéis no RS e à Confederação das Organizações de Turismo da América Latina (Cotal). Atualmente atua com assessoria de imprensa na Câmara Municipal de Porto Alegre.

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