Parque Farroupilha – tem arte, lazer e cultura

 A cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, é conhecida também pelos seus belos e aprazíveis parques. Alguns desses, como a Redenção ou Farroupilha, é ponto obrigatório de visitação turística, não só pela sua história – que contribui para elucidar a história do povo – como pela beleza de tantos recantos e áreas destinadas à recreação, lazer, ócio, esportes, cultura e arte. Com seus 37 hectares, na atualidade, pois já foi bem maior, mas cedeu lugar para ruas como a Setembrina e Luiz Englert, o Farroupilha é um dos espaços mais democráticos da cidade, pois acolhe não só os moradores de todos os níveis sociais, como visitantes de outros estados e países que chegam para conhecer a cidade. Pode-se dizer que, no centro do Centro Histórico está o Mercado Público, o coração da cidade, onde esbanja democracia em todos os seus espaços. Da Redenção ou Farroupilha, pode-se afirmar a mesma coisa.

Domingo no bric toda sorte de objetos são postos à venda

Domingo no bric toda sorte de objetos são postos à venda

Um passeio pelo Parque Farroupilha pode ser apenas para apreciar o verde, ou seus espaços como os recantos Jardim Alpino, Jardim Europeu e Jardim Oriental que foram implantados em 1941. Mas como tem áreas de recreação infantil com parques playgrounds e um lago onde se pode passear em patos-pedalinhos, a desculpa para ir ao local é para divertir as crianças. Sem contar que na esquina da Osvaldo Aranha com a José Bonifácio tem um parque infantil instalado o ano inteiro, onde a gurizada pode provar cada brinquedo, nesse caso pago. Tem áreas até para os que tem seus cães e nos os privam de uma corridinha ou brincadeira. Mas alguns levam a sério a ida ao Parque: no estádio Ramiro Souto são realizadas partidas de futebol, bocha e outros esportes por amadores, amigos ou equipes que de deslocam de outras regiões para sua exibição, reunindo amigos nessa peleia como torcedores. Até os orientais, no caso japoneses, vão ao Farroupilha nas tardes dos dias úteis praticar seus esportes preferidos. Geralmente são casais e meia idade ou já mais maduros, que se enfrentam com muita concentração, geralmente na frente do Monumento do Expedicionário.

Monumento ao expedicionário no Parque Farroupilha

Monumento ao expedicionário no Parque Farroupilha

Aliás, é nesse ponto que dá para começar uma visita em regra. O Monumento fica na avenida José Bonifácio, quase em frente ao tradicional e exclusivo Colégio Militar de Porto Alegre, e que pela imaginação e pelas mãos do artista plástico Antônio Caringe, presta homenagem aos pracinhas que lutaram na II Guerra Mundial. É uma obra de arte esplêndida, com os símbolos da Pátria e o Arco do Triunfo. Dali o visitante segue por uma alameda até a praça do Chafariz. Se escolher um ou outro lado, visitará recantos especiais, o Auditório Araújo Vianna ou o lago dos Pedalinhos. Se seguir adiante chegará à Setembrina, a rua que foi aberta e que “comeu” parte das árvores do parque. Essa rua fica bem junto ao Campus Central da Universidade Federal do Rio grande do Sul (UFRGS).

Bric da Redenção, no Parque Farroupilha

Bric da Redenção, no Parque Farroupilha

O parque Farroupilha, nos seus  37 hectares de área, a maioria verde, fica bem próximo ao Centro Histórico. É ladeado pelas avenidas João pessoa e Osvaldo Aranha e pela Rua José Bonifácio, aquela que nos finais de semana fecha ao trânsito de  veículos para dar passagem aos pedestres, aos visitantes sequiosos por lazer, curtição. Aos sábados ali é realizada a Feira Ecológica, quando produtores rurais que trabalham sem o uso de agrotóxicos, comercializam os seus produtos. Ali não circulam só produtos, mas ideias sobre sustentabilidade, com a participação de entidades e produtos ligados a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan). É comum palestras e lançamentos de livros e homenagens aos que defendem posturas mais voltadas à proteção do meio. Uma pista da José Bonifácio fica das 8h às 20h fechada, para dar espaços aos produtos e ideias.

Parque Farroupilha

Parque Farroupilha

Mas é nos domingos, durante todo o dia, que ocorre o Brique da Redenção, com bancas ou expositores no meio fio da avenida, com as duas pistas fechadas e o povo na rua. Artistas de todas as vertentes vão para o local – e em épocas de eleição, até os políticos, porque a Justiça Eleitoral delimita sua atividade no brique. Além das artes, o Brique tem de tudo para vender: discos, livros, obras de artesanato, de arte, artigos do vestuário, móveis e uma infinidade de artigos para decoração, como se fossem muitos brechós a céu aberto. Tem as bordadeiras que recebem encomendas e fazem enxovais para bebês, cada peça mais exclusiva que a outra. Mas tem ainda as costureiras que fazem as roupinhas para as bonecas, e suas meninas clientes entram na fila para ver os artigos ou fazer uma encomenda. E lanches, sucos, cocadas, pipoca e tantas outras tentações. É algo indescritível. Como o ambiente é democrático, um artista baixa o tom para que o outro faça sua apresentação. Muitos já saem da rua e aproveitam a missa das 11h na belíssima  Igreja Santa Terezinha, que fica ali ao lado da antiga igreja do Divino Espírito Santo. Duas obras de arte, a exemplo do prédio centenário do Colégio Militar que fica na quadra seguinte.

Um dos recantos do parque, o japonês

Um dos recantos do parque, o japonês

Um dos recantos do parque, o japonês

A área do parque pertence ao município de Porto Alegre desde 24 de outubro de 1807 , quando o governador Paulo José da Silva Gama, doou para a cidade. No começo se chamava Potreiro da Várzea ou Campos da Várzea do Portão, já que ali havia a comercialização de gado que chegava em tropas e também muitas comitivas deixavam seus passageiros na antiga Praça do Portão – a entrada da cidade, onde atualmente está o viaduto Dom Pedro II, junto à Santa Casa, e voltavam com as carruagens, carroças e carretas para esperar a hora marcada para buscar seus passageiros. Mais tarde, em 1867 o local se chamaria de Campos do Bom Fim, devido à proximidade da Igreja do Nosso Senhor do Bom Fim e das festas que ali se realizavam.

Lago dentro do Parque Farroupilha

Lago dentro do Parque Farroupilha

Lago dentro do Parque Farroupilha

O nome Redenção, como também é conhecido o Parque Farroupilha até os dias atuais, foi dado em homenagem à libertação dos escravos do chamado terceiro distrito da Capital, na Cidade Baixa, isso em 1884. O nome foi proposto pela Câmara Municipal. O primeiro ajardinamento ocorreu em 1901, época em que já existiam na área do parque a Escola Militar (1872) e a Escola de Engenharia (1896), essa última na esquina da atual rua André da Rocha, quase na antiga Praça do Portão.

Fonte dançante no Parque Farroupilha

Fonte dançante no Parque Farroupilha

Fonte dançante no Parque Farroupilha

Foi em 1935, nas comemorações pelos 100 anos da Revolução Farroupilha, uma guerra civil que dividiu os rio-grandenses e esses com o Império, num período de 10 anos, entre 1834-45, que o parque Farroupilha recebeu esse nome. Uma grande Exposição Comemorativa do Centenário da Revolução Farroupilha, movimentou todo o estado e setores da sociedade gaúcha. No dia 19 de setembro de 1935, Campos da Redenção recebeu a denominação de Parque Farroupilha, por meio do Decreto Municipal 307/3. Para se tiver uma ideia, essa comemoração durou muitos meses, mas um ano antes, em 1934 nenhuma formatura ocorria na UFRGS, dado que todas foram transferidas para o ano de 1935, para alegria de muitos e até complicação para outros que tinham projetos a longa distância.

No seio do parque muitas estátuas e monumentos em homenagens para pessoas, setores, cidades, estados e países. Muitos sofrem com a depredação, a exemplo do que ocorre em muitas cidades brasileiras, lamentavelmente. Mas ainda assim vale a pena uma visita nesse parque que conta com cerca de 10 mil árvores, desde frutíferas, até os ipês roxo e amarelo, que juntos com as paineiras, jacarandás e ituanas, florescem ou solto suas painas em todas as primaveras, enchendo o ar de colorido e aromas.

Colégio Militar de Porto Alegre no Parque Farroupilha

Colégio Militar de Porto Alegre no Parque Farroupilha

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Outros Parques na Cidade

Parque Marinha do Brasil – na Beira do Rio Guaíba,
Edifícios modernos contrastam com o verde do Parque Marinha

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Parque Chico Mendes – Na Zona Norte da Cidade

Parque da Harmonia – Onde ocorre todos os anos, em setembro, o Acampamento Farroupilha, em Memória a Revolução de 1835.
Parque Gabriel Knijnik – Distante do Centro, na Zona Sul, bom para piqueniques e observação de aves.
Do Parque Knijnik pode se avistar o Rio Guaíba

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Parque Marechal Mascarenhas de Moraes – Excelente para observação de aves, dispõe de banhado com ninhais, perto da Arena do Grêmio.

Ninhal de garças no Parque Mascarenhas de Morais

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Parque Moinhos de Vento (Parcão) – No bairro do mesmo nome tem até Biblioteca infantil

Parque Mascarenhas de Morais e suas garças

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admin

Jornalista profissional, trabalhou nos principais jornais de Porto Alegre e Rio Grande do Sul. Prestou assessoria às entidades ABAV, Sindetur, Sindicato de Hotéis no RS e à Confederação das Organizações de Turismo da América Latina (Cotal). Atualmente atua com assessoria de imprensa na Assembleia Legislativa.

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