Aventura, história e conhecimentos em viagem ao extremo sul do Rio Grande do Sul

Chuí – marco da fronteira sul do Brasil

Uma viagem de 10 dias na fronteira do Brasil com o Uruguai, exatamente na divisa Chui-Chuy, resultou em muitas emoções na virada do ano de 2014-2015, com novas amizades e a alegria de ter conhecido lugares muito interessantes.

Além de conhecer o Parque e Fortaleza de Santa Teresa, da província de Rocha, no Uruguai, o período de 10 dias, permitiu que fôssemos ainda ao cabo  Polonio, onde é possível  avistar lobos marinhos em uma ilha próxima da costa; às praias de Punta Del Diablo,  Las Balizas e La Paloma; observar aves em Lascano e Castilho e passar um dia (ainda observando aves) no Forte de São Miguel (Parque de San Miguel), exatamente na linha divisória entre os dois países, seguindo pela avenida Brasil e atravessando o Arroio Chuí, que desagua cerca de 30 quilômetros adiante na Barra do Chuí. A nossa hospedagem foi no lado brasileiro, na praia da barra do Chuí, num hotel acolhedor, sem luxo, mas com todo o necessário, o Turismo Hotel Barra do Chuí. Mas poderia ter sido em muitos lugares, pois desde Santa Vitória do Palmar  – na cidade ou na praia – até a praia de La Paloma, existe uma infinidade de alternativas para hospedagem por preços capazes de atingir todos os tipos de bolsos. Dali, claro, se desejar, Punta Del Este fica um pulo.

Mais antigo do que o Parque Nacional de Santa Teresa, o Forte de São Miguel  foi fundado pelo brigadeiro José da Silva Paes, que após construir a cidade de Rio Grande – a primeira cidade gaúcha – deu início em 1737, a construção da fortificação. É importante destacar que o brigadeiro teria ido por terra, enquanto os muitos trabalhadores  com material para a obra teriam ido por água, utilizando as lagoas dos Patos, da Mangueira, e Mirim, além do arroio Chuí.

Claro que essa construção, num cerro que possibilitava e ainda possibilita uma avistagem de grande distância, foi questionada nada menos que pelo grande Pedro de Cevallos, liderança inconteste do lado Oriental. O objetivo dos fortes, que ficam muito próximo um do outro, cerca de 60 quilômetros, dependendo da rota, era a garantia das terras, da fronteira. Nesse caso, para o Brasil dos portugueses, pois na  época Espanha e Portugal travavam disputa cerrada para garantir “descobertas”.  Para saber mais sobre a luta e o que determinou fosse o forte destinado ao Uruguai, é preciso rever as lições de história. O certo é que vale a pena visitar o local e verificar como o governo uruguaio, representado pelo Exército, o mantém de forma organizada. Uma visita completa mostra os hábitos daqueles que ali viviam em permanente vigília, fossem portugueses ou espanhóis, já que a fortificação passou pelas mãos dos dois colonizadores. Nos tempos mais recentes, os habitantes já eram os povos crioulos das duas bandas.

No lado de fora do Fortim de São Miguel, mas dentro do Parque, tem o Museu Crioulo, uma atração também imperdível. Ali se pode ter noção da vivência do povo nativo da terra, de forma organizada. Em alguns pontos, nas cercanias da região de Rocha, existem os chamados “morritos”, onde foram descobertas cidadelas das diversas tribos indígenas.

Atravessando a Ruta 19, ainda na influência do Fortim, foi construído um hotel seguindo o mesmo padrão arquitetônico do São Miguel. É o Fortin de São Miguel. Em meio a um campo aberto, no ponto mais alto, o hotel é quase um castelo para quem olha de fora e visita a cave e sala de jantar. Piscinas, lareiras, restaurantes com cardápio internacional e regional. Entre as atrações, figuram as trilhas que levam ao Parque São Miguel, atraindo observadores de aves. Tem, além disso, o que os administradores classificam de “campo energético”, aproveitando naturalmente a beleza do local.

Dentro das muralhas do Fortin, prevalecem as 7 leis do médico indiano Deepak Chopra. Espalhadas em vários recantos, as leis adquirem ainda mais força naquele ambiente medievo e moderno ao mesmo tempo. Recomendam harmonia, amor, o perdão, a doação e a paz, como forma de vida para o sucesso e para o bem. Não chegamos a testar os serviços do hotel, pois a nossa hospedagem, nos dias que antecederam a virada do ano  de 2015, até dia 04 de janeiro de 2015, foi no ambiente acolhedor do Turismo Hotel Barra do Chuí, na Barra do Chuí, de onde nos deslocávamos diariamente em busca de atrativos na região. Ficamos hospedados entre pessoas do outro lado da fronteira, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e de algumas cidades gaúchas. Um prédio antigo, daqueles em que um amplo pátio se transforma em ponto de encontro de hóspedes, em meio a árvores e mesas, o hotel  oferece diária com café da manhã. Mas conta com uma churrasqueira que pode ( e foi usada por nós no período, uma confraternização de fim de ano com a maioria dos hospedes) ser utilizada. Conta ainda com uma cozinha onde casais com filhos pequenos ou pessoas que queiram ficar descansando, podem inventar ou aquecer uma refeição no final do dia.

Os cuidados os hóspedes são como numa roda de amigos, pois a simplicidade e a cortesia é a marca fundamental dos que atuam no hotel, sob a atenção do administrador Jesus, e os cuidados da diretora Leila Conter (nos meses de férias de verão e inverno e finais de semana, pois em períodos normais atua como professora na Universidade Federal de Pelotas). Localizado a duas quadras da praia da barra, outras duas do Farol do Chuí e menos de cinco minutos dos molhes da barra, local dos mais lindos para se ficar admirando horizontes. O mar da região é seguro, desde que sejam observadas as indicações dos Salva Vidas. A região conta com muitas opções de hospedagem, tanto do lado brasileiro (gaúcho) quanto do lado uruguaio.

 www.santavitoria.rs.gov.br

www.elfortin.com

www.turismo.gub.uy

www.rochauruguay.com

https://www.facebook.com/turismohotelbarradochui2014