Forte Orange é atração no sul da Ilha de Itamaracá em Pernambuco
Construído pelos holandeses após a invasão da Ilha de Itamaracá em 1631, o Forte Orange é um dos símbolos mais significativos da dominação da Coroa Holandesa, ou a Casa de Orange, deixado no Nordeste brasileiro. Localizado com vista para o Oceano Atlântico e na entrada sul do canal de Santa Cruz, o forte tem à sua frente uma pequena e paradisíaca ilha, a da Coroa do Avião.
Em processo de restauração, o complexo é uma visita indispensável para aqueles que apreciam a história e, sobretudo querem saber sobre a luta do homem nordestino – de Recife até Rio Grande do Norte – ao lado dos portugueses, para a manutenção do território brasileiro. As lutas foram muitas, tanto que final do século XVII, o Forte já estava ocupado pelos portugueses, e passou a ser chamado Fortaleza de Santa Cruz. No local no século passado, foram detectadas as ruínas, algumas mais ou menos conservadas, das duas construções.
Feito inicialmente em taipa de pilão, em princípio do século XVIII, foi revestido em pedra e cal por engenheiros portugueses, conservando, porém, o traçado holandês original, com seus quatro baluartes. Nessa época, ganhou também o portão de entrada com brasão português. As grossas paredes dão espaço para diversos canhões que ainda hoje estão posicionados em direção ao mar, como forma de impedir o avanço dos inimigos. O Forte, que manteve o nome de Orange, está aberto à visitação, atuando como uma das principais atrações da Ilha de Itamaracá que, por si só é um grande atrativo.
A obra de restauração daquele patrimônio histórico vem sendo conduzidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN). Na avaliação da instituição, a fortaleza tem valor inestimável para a história do país, pois é um dos testemunhos tanto da ação portuguesa quanto holandesa em Pernambuco colonial. Destaca que o monumento foi construído na década de 1630, pelos militares holandeses a serviço da Companhia das Índias Ocidentais e passou por diversas mudanças em sua estrutura desde a restauração portuguesa em 1654.
Tombado em nível federal desde 1938, passou por duas prospecções arqueológicas e obras de restauro pelo IPHAN. O projeto de restauração e revitalização prevê para o futuro obras de contenção do mar, restauração arquitetônica, projetos museológicos e museográficos, recuperação de mangues, instalação de acessos, implantação da trilha dos holandeses.
A ilha de Itamaracá que abriga o Forte Orange e a chamada Vila Velha, essa última no alto de um promontório, onde restou apenas a igreja de Nossa Senhora da Conceição, cuja imagem teria sido doada para a diocese pela Rainha Maria, conhecida como a Louca. Mas desde sua descoberta, Itamaracá já deu nome a uma das capitanias hereditárias do Brasil e foi palco de disputas coloniais no século 17. Fora da história, dá para afirmar que a praia do Forte Orange, em Itamaracá, é uma das mais belas e aprazíveis. Areias brancas, águas límpidas, mornas e com ondas calmas, sem risco para os banhistas. A Ilha tem, entretanto, muitas e muitas praias, cada qual com sua peculiaridade. A de Jaguaribe, por exemplo, é aquela que virou música, dando nome da Ciranda de Lia de Itamaracá. Quem se lembra de “Essa ciranda quem me deu foi Lia, que mora na Ilha de Itamaracá”. Itamaracá fica a menos de 50 quilômetros de Recife, sentido norte.